sexta-feira, setembro 08, 2006

- Hoje é dia de liberdade!
Soltámos a voz brilhámos na noite escura
passeámos de mãos dadas cabelos ao vento
prometemos um novo mundo, depois fugimos...


Quebrámos os segredos dos nossos olhos já sem cor
Viajámos encarcerados nma profunda letargia
sem tempo mudos permanecemos
ante o horror de uma batalha perdida
ante o horror de mais um dia.

sábado, julho 22, 2006

Violei os meus sentidos
perdi as mnhas garras
soltei o meu ódio
vinguei-me da minha própria solidão


Calei-me, senti que me ultrapassava
e só assim voltei à claridade
da minha ávida insatisfação.

quarta-feira, junho 28, 2006

De pesados silêncios se construiu a nossa espera
de pesados adeus se ergueram nossos braços
e combatemos tempestades de ira
e assistimos calados à pesada solidão dos nossos passos.

De pesados mistérios ruíram nossas pontes
de pesados gritos encarcerámos nossa liberdade
e assim ficamos perdidos, magoados
tentando em vão perdoar o que nos foi roubado.

segunda-feira, junho 26, 2006


Quando te procuro na noite só
nos meandros dóceis dos teus braços
na encruzilhada do mundo,
Quando te procuro e incessante adivinho
esse teu corpo de navio
de onde se erguem bandeiras
de meias verdades
Quando te procuro e te digo apenas
- Jamais te encontarei!

domingo, junho 25, 2006

Símbolo da liberdade...
Um rochedo, uma jóia, um penhasco
barco à vela, caixa de música, bandeira
frase solta, quadra, sextilha
pierrot, columbina, flor tardia...
- Símbolo da liberdade.
Grito por ti, desespero-me na luta pelo teu nome,
oiço silêncio, silêncio, silêncio...
E a melodia ressoa
- Poeta me chamo!

sexta-feira, maio 26, 2006


Debato-me na violência deste mar
que me arrasta, me desespera, me consome
e nem um navio, uma onda, ou um grito
que chame pelo meu nome.



Nasceste reflectido na fria penumbra de uns olhos
que desconheciam a ternura de um abraço
nasceste enquanto as armas
se mantinham ameaçantes indiferentes mortíferas
nasceste, amor, quando o próprio mundo
havia perdido a fé na humanidade,
quando as vozes suplicantes
emudeciam antes de pronunciar a palavra paz.
Quando as madrugadas gritavam surdas incontidas
ante o horror de um novo dia, escuro frio desolador.
Nasceste enquanto a destruição sem limites desmembrava
as pombas brancas, que desistiram de voar, exaustas
de sonhos desvanecidos.
Nasceste...enquanto tantos morriam...
quando até já nem as ilusões eram suficientes para
amenizar a dor que nos consumia, quando tantos corpos sangrentos
se desfaziam ante o olhar dos seus opressores.
Nasceste, amor, quando a felicidadeera apenas uma utopia
quando até mesmo a ternura se havia transformado
em acesos de fúrias massacradas, de ódios apunhalados.
Nasceste quando o mundo era um circo de feras vorazes
quando os mais simples problemas se resumiam ao irresolúvel.
Nasceste, amor... e com que facilidade derrubaste os muros impenetráveis
da desilusão, com que ingénua perfeição dispensaste rótulos,
imagens, demonstrações...
Nasceste... Com que sinceridade me tocaste tão fundo,
tão dentro
com que magia preencheste este poiso de dedos frágeis e criadores
com que graça te acercaste, de mansinho, e de mansinho
fizeste dos Homens a própria coragem esperança sentimento
e de cada grito soou uma melodia
e de cada amargura surgiu uma alegria
e de cada ódio surgiu uma amizade
conseguiste-nos fazer brotar qual flor na primavera.
Nasceste... quando todos os sonhos haviam partido, quando
até o sol transia de frio, com medo do amanhã...
quando atéa natureza sufocava as lágrimas desesperadas,
tentando esquecer tanta ferida e sofrimento...
Agradeço-te, amor, por haveres libertado tantas jaulas de recusa
por haveres soltado tantas algemas sem motivo
Agradeço-te, não por mim, mas em nome de toda a humanidade.